terça-feira, 12 de março de 2013

"Txapakura"

Graça e paz! Olhei seu projeto e só corrigi "Txapakura". Gostei do que você escreveu. A dificuldade que os professores enfrentam é a pressão da comunidade que os obriga a ensinar somente em português. Por isso os professores não fazem bem seu trabalho como professores da disciplina Lingua Indígena no ginásio. Só que não entendi se você vai falar sobre o ensino indígena das séries iniciais ou de quinta a nona. Se for escrever sobre os professores não indios que atuam no ginásio será preciso falar sobre o projeto Açaí. Os professores se formaram agora no mês de outrubro ou setembro e alguns já festão fazendo prova de vestibular para letras. Eles progrediram bastante mas deixam a desejar no ensino, talvez por preguiça. Há livros feitos por eles com a ajuda das lingüsistas do CIMI. Vimos muitos erros. Elas entendem de linguistica mas não conhecem a lingua. Os índios conhecem a lingua, mas desconhecem a gramática de sua própria lingua. Se colocassem no curriculo dos cursos de formação a gramática da lingua indígena do grupo, será que ajudaria? Não sei! Dizem que não tem cartilha e por isso não podem ensinar na lingua. A missão já mandou uma para o MEC e parece muito boa. Acho que você sabe qual é. Eu não me lembro pois na epoca estava dando supletivo. Já que falei sobre o Supletivo, vou falar um pouco da dificuldade que tive. Se os índios forem bem alfabetizados não terão tanta dificuldade em Lingua Portuguesa. Percebe-se pelos textos que não entendem a estrutura, por isso eu usava o que sabia da gramática wari' para explicar-lhes sobre subjuntivo, sobre conjunção e outras coisas que eram mais complexas para eles. Uma forma de aprender a estrutura da lingua é através de redação em português. O professor pode usar textos escritos por eles ou por alunos de quarta série para, através de correção coletiva, ensinar-lhes a estrutura da lingua portuguesa. O mesmo texto pode ser reestruturado. Assim estarão aprendendo concordãncia verbal e nominal que é tão difícil para eles. Às vezes tenho vontade de voltar para aldeia para dar aulas para o ginásio e orientar os professores das séries iniciais, mas preciso voltar para minha casa e cuidar da minha maezinha. Na aldeia são os professores indígenas que dão a disciplina Lingua Indígena e Cutura no ginásio. Não sei se esse o nome. Estão fazendo ginásio na aldeia mesmo. São poucos os que estudam em GM. A professora Auxiliadora, que dá aula para alguns índios do Tanajura, disse que eles têm dificuldade e por isso não cobra tanto deles. Queria que eu lhe orientasse como ajudá-los, mas até agora não apareceu aqui nem para me orientar sobre minha monografia. Não sei como está se saindo. Disse que as professoras da SEDUC, responsáveis pelo setor indígena naõ sabem ajudar. Os professores naõ índios que ensinam nas aldeias são formados, pós graduados ou fazendo mestrado. Talvez você não tenha tempo, mas devia se aprofundar mais em sociolingüística falando mais sobre a cultura, sociedade, linguística que influenciam muito na alfabetização. Faça um mestrado! Você é nova e trabalha na FUNAI, tem acesso á várias etnias. Beijos! Graça e paz! Olhei seu projeto e só corrigi "Txapakura". Gostei do que você escreveu. A dificuldade que os professores enfrentam é a pressão da comunidade que os obriga a ensinar somente em português. Por isso os professores não fazem bem seu trabalho como professores da disciplina Lingua Indígena no ginásio. Só que não entendi se você vai falar sobre o ensino indígena das séries iniciais ou de quinta a nona. Se for escrever sobre os professores não indios que atuam no ginásio será preciso falar sobre o projeto Açaí. Os professores se formaram agora no mês de outrubro ou setembro e alguns já festão fazendo prova de vestibular para letras. Eles progrediram bastante mas deixam a desejar no ensino, talvez por preguiça. Há livros feitos por eles com a ajuda das lingüsistas do CIMI. Vimos muitos erros. Elas entendem de linguistica mas não conhecem a lingua. Os índios conhecem a lingua, mas desconhecem a gramática de sua própria lingua. Se colocassem no curriculo dos cursos de formação a gramática da lingua indígena do grupo, será que ajudaria? Não sei! Dizem que não tem cartilha e por isso não podem ensinar na lingua. A missão já mandou uma para o MEC e parece muito boa. Acho que você sabe qual é. Eu não me lembro pois na epoca estava dando supletivo. Já que falei sobre o Supletivo, vou falar um pouco da dificuldade que tive. Se os índios forem bem alfabetizados não terão tanta dificuldade em Lingua Portuguesa. Percebe-se pelos textos que não entendem a estrutura, por isso eu usava o que sabia da gramática wari' para explicar-lhes sobre subjuntivo, sobre conjunção e outras coisas que eram mais complexas para eles. Uma forma de aprender a estrutura da lingua é através de redação em português. O professor pode usar textos escritos por eles ou por alunos de quarta série para, através de correção coletiva, ensinar-lhes a estrutura da lingua portuguesa. O mesmo texto pode ser reestruturado. Assim estarão aprendendo concordãncia verbal e nominal que é tão difícil para eles. Às vezes tenho vontade de voltar para aldeia para dar aulas para o ginásio e orientar os professores das séries iniciais, mas preciso voltar para minha casa e cuidar da minha maezinha. Na aldeia são os professores indígenas que dão a disciplina Lingua Indígena e Cutura no ginásio. Não sei se esse o nome. Estão fazendo ginásio na aldeia mesmo. São poucos os que estudam em GM. A professora Auxiliadora, que dá aula para alguns índios do Tanajura, disse que eles têm dificuldade e por isso não cobra tanto deles. Queria que eu lhe orientasse como ajudá-los, mas até agora não apareceu aqui nem para me orientar sobre minha monografia. Não sei como está se saindo. Disse que as professoras da SEDUC, responsáveis pelo setor indígena naõ sabem ajudar. Os professores naõ índios que ensinam nas aldeias são formados, pós graduados ou fazendo mestrado. Talvez você não tenha tempo, mas devia se aprofundar mais em sociolingüística falando mais sobre a cultura, sociedade, linguística que influenciam muito na alfabetização. Faça um mestrado! Você é nova e trabalha na FUNAI, tem acesso á várias etnias.

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