sábado, 23 de março de 2013

CENTRO DE ESTUDOS AMERÍNDIOS 02


ntes de entrar na “polêmica antropológica” que Edward Luz levanta ao público,apresento rapidamente algumas notas em relação à sua trajetória, com o objetivo desituar, parcialmente, o lugar de onde ele fala. Para fazer esta breve reconstrução de suabiografia, que está longe de meus principais interesses, parto fundamentalmente de duasreportagens publicadas na revista
Rolling Stone Brasil 
pelo jornalista investigativo FelipeMilanéz (Ed. 49, out. 2010 e Ed. 63, dez. 2011).Milanéz conta que Luz é um "jovem líder evangélico na faixa de 30 anos, casado e pai defamília, filho do pastor e presidente da Missão Novas Tribos do Brasil e formado emantropologia pela Universidade de Brasília". Alguém que "nasceu e cresceu em um berçomissionário", como o próprio relatou ao repórter.Em 1986, quando ainda era criança, esteve presente na trágica expedição liderada por seu pai entre os Zo'é, que redundou na morte por epidemias de cerca de 30% destapopulação “isolada” falante de uma língua Tupi
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. Atualmente, Edward Luz sucede seu pai na presidência da Missão Novas Tribos doBrasil, que é acusada de genocídio pela F
UNAI
no “caso Zo’é”. Como descreve Milanéz, aorganização transnacional que Edward Luz dirige no Brasil é apenas uma entre váriasmissões, altamente capitalistas, orientadas à pregação de uma leitura estreita e radicaldo evangelho entre todas "almas condenadas do planeta".Tanto pela conduta autoritária e preconceituosa, quanto pelas conseqüências nefastasque estas missões historicamente deixam em seu rastro, a F
UNAI
os proibiu de ingressar em Terras Indígenas habitadas por povos "isolados". Há tempos Edward Luz e suaorganização mantém recurso no Supremo Tribunal Federal (STF) contra esta proibição. Além do proselitismo junto aos “isolados”, bancada missionária, da qual Edward Luz éparte, atua ativamente em todos os poderes da República, em uma série de temas
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Povo "isolado" que habita uma área de refúgio entre os rios Cuminapanema e Erepecuru nonorte do Pará, município de Oriximiná.
 
Para saber mais, acesse na web a
Enciclopédia PovosIndígenas no Brasil 
do Instituto Socioambienta

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