sábado, 9 de março de 2013
"O GRAU DOS TREMEMBÉ E O RETORNO À UFC, 50 ANOS DEPOIS" (José Mendes Fontelles Filho)
"O GRAU DOS TREMEMBÉ E O RETORNO À UFC, 50 ANOS DEPOIS" (José Mendes Fontelles Filho)
Grupos | 03/03/2013
Responder ▼
José Augusto Laranjeiras Sampaio
Agendar limpeza
Para anaindi@yahoogrupos.com.br, Lista Educação Indígena, Grupo de Educação Superior Indígena, Grupo Temática Indígena no Ceará
-----
Assunto: [nepe] "O GRAU DOS TREMEMBÉ E O RETORNO À UFC, 50 ANOS DEPOIS"
Caríssimos,
Novamente quero lhes lembrar desta colação de grau dos professores
indígenas Tremembé, no próximo dia 6, 4a. feira, às 19h00, na Concha
Acústica da UFC, em Fortaleza. Este dia se reveste de alguns significados
bem especiais, entre os quais, o retorno do Povo Tremembé de Almofala a
este lugar que foi palco de importância simbólica: a conquista da
premiação em primeiro lugar em um festival nacional de foclore, em agosto
de 1965. O folcorista Silva Novo, em livro intitulado "Almofala dos
Tremembé", descreve em detalhes esse acontecimento.
Assim, quase meio século depois, o Povo Tremembé se faz presente novamente
à UFC, desta vez para receberem diplomas e títulos de professores
indígenas graduados em nível superior, em curso especifico de formação
para o magistério indígena deste Povo, construído coletivamente por eles
mesmos com o apoio de alguns parceiros, sendo o único no país a ter tido
suas atividades realizadas integralmente no cenário da aldeia. Além disso,
o MITS integrou plenamento em sua matriz curricular saberes específicos
dos Tremembé, tendo entre os docentes que ministraram disciplinas algumas
de suas sábias lideranças, como o cacique João Venâncio, o pajé Luis
Caboco, o artesão Zé Biinha, o tuxaua Agustinho Tucum, entre outros homens
e mulheres que tanto contribuiram com a formação dos cursistas-professores
indígenas.
Vale ressaltar que o curso teve como motivação - e eixo
didático-pedaógico - a luta pelo Território Tremembé, a qual, além da luta
pela demarcação física e jurídica, inclui o conhecimento, a elaboração e
a gestão de um projeto sócio-político-econômico amplo, que favoreça a
continuidade da existência deste Povo.
Isso e muito mais é o que será celebrado nesta solenidade de colação de grau.
É celebração da história e da memória de um povo que continua vivo, que
enfrentou e continua enfrentando desafios. Que sobreviveu aos massacres e
as doenças trazidas pelos colonizadores e missionários; às intempéries
naturais, como o soterramento de Almofala durante 40 anos, por um duna
gigantesca; à invasão sistemática de suas terras, por comerciantes,
posseiros, fazendeiros, empresários e políticos. Contudo, em meio às
perdas, também obteve vitórias, e vem se fortalecendo em meio às suas
lutas, como eles mesmos dizem: "Nós brandeia, mas não arreia".
Esse é o grau deste Povo, revelado também nestes diplomas e títulos que
receberão no próximo dia 6: sua sabedoria, resistência, força política e
criatividade para seguir adiante, concretizando em suas vidas a máxima do
filósofo Nietzsche: "O que não me mata, me fortalece".
Com alegria, celebremos este momento.
Vida longa ao Povo Tremembé de Almofala!
Prof. Dr. José Mendes Fonteles Filho (UFC)
-coordenador do Curso de Magistério Indígena Tremembé Superior (MITS)
Fones: (88)9986.4499 - 9201.3558
__._,_.___
| através de email | Responder através da web | Adicionar um novo tópico
Mensagens neste tópico (1)
ATIVIDADE NOS ÚLTIMOS DIAS:
Visite seu Grupo
Este é um canal de informação e discussão sobre a temática indígena no Ceará, do qual participam lideranças indígenas, representantes de entidades indigenistas, ativistas e estudiosos de várias disciplinas.
Trocar para: Só Texto, Resenha Diária • Sair do grupo • Termos de uso
.
__,_._,___
Caríssimos,
Novamente quero lhes lembrar desta colação de grau dos professores
indígenas Tremembé, no próximo dia 6, 4a. feira, às 19h00, na Concha
Acústica da UFC, em Fortaleza. Este dia se reveste de alguns significados
bem especiais, entre os quais, o retorno do Povo Tremembé de Almofala a
este lugar que foi palco de importância simbólica: a conquista da
premiação em primeiro lugar em um festival nacional de foclore, em agosto
de 1965. O folcorista Silva Novo, em livro intitulado "Almofala dos
Tremembé", descreve em detalhes esse acontecimento.
Assim, quase meio século depois, o Povo Tremembé se faz presente novamente
à UFC, desta vez para receberem diplomas e títulos de professores
indígenas graduados em nível superior, em curso especifico de formação
para o magistério indígena deste Povo, construído coletivamente por eles
mesmos com o apoio de alguns parceiros, sendo o único no país a ter tido
suas atividades realizadas integralmente no cenário da aldeia. Além disso,
o MITS integrou plenamento em sua matriz curricular saberes específicos
dos Tremembé, tendo entre os docentes que ministraram disciplinas algumas
de suas sábias lideranças, como o cacique João Venâncio, o pajé Luis
Caboco, o artesão Zé Biinha, o tuxaua Agustinho Tucum, entre outros homens
e mulheres que tanto contribuiram com a formação dos cursistas-professores
indígenas.
Vale ressaltar que o curso teve como motivação - e eixo
didático-pedaógico - a luta pelo Território Tremembé, a qual, além da luta
pela demarcação física e jurídica, inclui o conhecimento, a elaboração e
a gestão de um projeto sócio-político-econômico amplo, que favoreça a
continuidade da existência deste Povo.
Isso e muito mais é o que será celebrado nesta solenidade de colação de grau.
É celebração da história e da memória de um povo que continua vivo, que
enfrentou e continua enfrentando desafios. Que sobreviveu aos massacres e
as doenças trazidas pelos colonizadores e missionários; às intempéries
naturais, como o soterramento de Almofala durante 40 anos, por um duna
gigantesca; à invasão sistemática de suas terras, por comerciantes,
posseiros, fazendeiros, empresários e políticos. Contudo, em meio às
perdas, também obteve vitórias, e vem se fortalecendo em meio às suas
lutas, como eles mesmos dizem: "Nós brandeia, mas não arreia".
Esse é o grau deste Povo, revelado também nestes diplomas e títulos que
receberão no próximo dia 6: sua sabedoria, resistência, força política e
criatividade para seguir adiante, concretizando em suas vidas a máxima do
filósofo Nietzsche: "O que não me mata, me fortalece".
Com alegria, celebremos este momento.
Vida longa ao Povo Tremembé de Almofala!
Prof. Dr. José Mendes Fonteles Filho (UFC)
-coordenador do Curso de Magistério Indígena Tremembé Superior (MITS)
Fones: (88)9986.4499 - 9201.3558
Assinar:
Postar comentários (Atom)
Nenhum comentário:
Postar um comentário