sexta-feira, 22 de março de 2013
[nepe] Toré em 1903
Re: Re: [nepe] Toré em 1903
Grupos | 21/03/2013
Responder ▼
José Augusto Laranjeiras Sampaio Agendar limpeza
Para nepe@yahoogrupos.com.br, Lista da Associação Nacional de Ação Indigenista, Grupo Temática Indígena no Ceará, Lista da Associação Nacional de Ação Indigenista, leme_@yahoogrupos.com.br
Sim, Lilica, são linhas de Toré muito semelhantes, se não idênticas,
algumas, ao que conhecemos hoje, não só entre trucás e aticuns, mas
também entre os Tuxá, Tumbalalá, Pancará etc., só para citar alguns mais
próximos e que, inequivocamente, participam do mesmo universo ritual.
Fluxos e visitas estão, aqui, comprovadamente presentes, mas, que eu
saiba, não tínhamos, até aqui, evidências de que chegassem até às
vertentes da Serra do Araripe, entre Pernambuco e Ceará, de onde vem
essa riquíssima informação de 1903.
Penso que, como há recorrências e semelhanças entre as diversas
manifestações do Toré por todo o Nordeste, a identificação de alguns
detalhes pode ser relevante se se quiser mapear trajetórias específicas
desses fluxos, e aqui a referência à fila dupla e aos toantes
específicos, como você bem o observa, é sem dúvida relevante.
Abraços,
Guga
-----Mensagem original-----
De: eliana
Para: nepe@yahoogrupos.com.br
Data: Terça, 12 de Março de 2013 22:34
Assunto: Re: [nepe] Toré em 1903
Muito interessante... Mas também podemos pensar nos fluxos e visitas comuns
aos grupos indígenas. Ao menos me faz pensar em alguma relação com os
Truká, a referência à Bahia na linha do toré e o modo semelhante ao
relatado, fazendo fila dupla..
2013/3/12 José Augusto Laranjeiras Sampaio
> **
>
>
> Informação interessante, sim, Estêvão, mas por que você acha que possa
> nos remeter a grupos associados aos Trucá e Aticum?
>
> Taboca fica no município de Exu, na Serra do Araripe, bem na fronteira
> de Pernambuco com Ceará.
>
> Você sabe: "De Taboca a Rancharia, de Salgueiro a Bodocó, Januário é o
> maior!"
>
> Esse é um grupo da Serra do Araripe mesmo, que ainda deve estar por lá,
> provavelmente não mais dançando toré, infelizmente.
>
> Abraços,
>
> Guga
>
> -----Mensagem original-----
> De: Estevao Palitot
> Para: LEME
> Data: Segunda, 11 de Março de 2013 18:17
> Assunto: [leme_] Toré em 1903
>
> Referência interessantíssima ao toré dançado em Tabocas (Pernambuco) em
> 1903. A descrição pode nos remeter a grupos possivelmente relacionados aos
> Truká e
> Atikum.
>
> "Em 1903, Paulo Gernol presenciou em Taboca, distrito
> exuense, que faz parte da órbita do Crato, mesmo sendo pernambucano, a
> dança
> indígena do “Toré†. Os caboclos dançavam em duas filas e aos pares. Os
> passos
> assemelhavam-se a pessoas que mancam e o canto era em língua portuguêsa,
> porque
> desde há muito estavam domesticados. O índio vestia calça curta e túnica
> encarnada. Enquanto o elemento feminino trajava saiote, com calças de
> homem por
> baixo. Ambos usavam capacete, arrodiado de penas, talvez modificaçà£o do
> cocar. As
> filas de 12 pares ao se encontrarem dobravam na extremidade uma da outra e
> trocavam de lugar.
>
> Meu papagaio amarelo
> Que come na chã da serra,
> Batam palmas e digam viva,
> O cabôco tá na terra.
>
> Meu cavalo, peito e anca,
> Da cabôca se montá
> Daqui lá pra Bahia,
> Pra cabôca debochá.
>
> Boi brabo,
> Boi manso,
> Rio cheio
> É que faz remanso."
>
> José de Figueiredo Filho. O Folclore no Cariri. Fortaleza. Imprensa
> Universitária do Ceará. 1960. Pp. 63-64
>
>
--
eliana de barros monteiro
professora assistente de Antropologia da UNIVASF
estudante do Programa de Pós-Graduação em Sociologia da UFPE
eliana.monteiro@univasf.edu.br
www.antropozoide.blogspot.com
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