terça-feira, 27 de abril de 2010

Índios vão ganhar educação específica -UFC

ENSINO SUPERIOR


Os índios cearenses vão poder manter viva suas tradições e costumes, agora, com uma formação diferenciada

Desde pequenos, os índios podem ter maior aprendizagem sobre suas etnias, com professores mais bem formados

26/4/2010

Povos indígenas do Ceará vão poder ter ensino superior com o curso de Magistério Indígena Intercultural
Fortaleza Promover uma educação específica, que contemple os saberes tradicionais dos povos indígenas cearenses em um curso que conta com a participação dos integrantes das comunidades em sua construção. Este é o objetivo do curso de Magistério Indígena Superior Intercultural dos Povos Pitaguary, Tapeba, Kanindé, Jenipapo-Kanindé e Anacé (Misi-Pitakajá), oferecido da Universidade Federal do Ceará (UFC).
O curso foi aprovado no último dia 24 de março pelo Conselho de Ensino, Pesquisa e Extensão (Cepe) da instituição. Este é o segundo curso de graduação dessa natureza ofertado pela UFC, que em 2006 criou o curso de Magistério Indígena Tremembé Superior (Mits).
Formação
Os cursos fazem parte do Programa de Formação Superior e Apoio a Licenciaturas Indígenas (Prolind), do Ministério da Educação (MEC). Enquadram-se na modalidade Licenciatura Intercultural Específica para formação de professores em nível superior para escolas indígenas, no Ensino Fundamental e, também, no Ensino Médio.
Assim como o dos Tremembé, o projeto político pedagógico do curso para estas cinco etnias foi resultado do trabalho conjunto realizado entre pesquisadores da UFC e, também, representantes das comunidades indígenas. Uma prova dessa parceria é que o curso terá dois coordenadores: Babi Fonteles, do curso de Psicologia do Campus da UFC no Município de Sobral - localizado na Zona Norte do Estado -, e Jeová Pitaguary, que vai representar as comunidades indígenas.
Recursos
De acordo com Babi Fonteles, está sendo esperado "apenas a liberação dos recursos por parte do MEC para que possamos dar início às atividades letivas, o que deve ocorrer no segundo semestre deste ano".
O coordenador ainda informou que o investimento será de R$ 320 mil por ano. "Do ponto de vista da habilitação, a formação dos professores do Magistério Indígena Superior Intercultural será legalmente reconhecida", explica Babi Fonteles.
Ele ainda acrescentou que a habilitação não permite a atuação em escolas regulares, mas apenas nas escolas para formação específica de sua etnia.
Primeira turma
As 80 vagas desta primeira turma serão distribuídas entre as cinco etnias que serão contempladas com o novo curso de formação superior.
A divisão ficou da seguinte forma: Tapeba, etnia localizada no município de Caucaia, - 24 vagas; Pitaguary, que ficam nas cidades de Maracanaú e Pacatuba, - 19; Jenipapo-Kanindé, etnia que vive no Município de Aquiraz, - 15; Kanindé, índios que estão em Aratuba e Canindé, - 12; e Anacé, etnia que vive nas cidades de Caucaia, Pecém e, também, São Gonçalo do Amarante, - terão 10 vagas. Os participantes do curso foram indicados por suas comunidades, entre aqueles professores com Ensino Médio ou Ensino Médio Diferenciado e em atividade nas escolas indígenas.
"Inclusive, um dos critérios da seleção era que eles não tivessem a formação superior regular", ressalta Fonteles.
Diferencial
Outro diferencial do curso, de acordo com o coordenador da Universidade Federal do Ceará, é que toda a formação ocorre dentro do ambiente das aldeias. Além das matérias do currículo regular da formação pedagógica docente, os futuros professores terão, ainda, disciplinas específicas da cultura indígena, como, por exemplo, "Toré - Ciência, Filosofia e Espiritualidade Indígena".
"Essa participação das comunidades indígenas fornece ao curso uma legitimidade e uma matriz curricular que contempla as culturas das etnias participantes", destacou o coordenador Babi Fonteles.
Ele lembra que desde o início dos anos 90 existe uma luta das etnias para introduzir, nas escolas, materiais e conhecimentos que não são contemplados pelos currículos do ensino regular, citando como exemplo a Escola Alegria do Mar, instalada na aldeia Tremembé. "Os povos indígenas estão em processo de apropriação das escolas, e desejam promover uma reinvenção dessa escola como instrumento para suas lutas de afirmação étnica", salientou.
De acordo com Babi Fonteles, "é uma conquista que se dá não apenas para escolarizar e fazer uma inclusão nas estatísticas, mas para estabelecer relações mais igualitárias, como uma extensão do espaço de luta desses povos".
Questionado sobre o fato de que os Parâmetros Curriculares Nacionais (PCN) já contemplam que o ensino, mesmo regular, deve ser adaptado à realidade da comunidade em que está inserida, Babi Fonteles acredita que a margem de adaptação praticada no ensino regular não é suficiente para os anseios das etnias e acaba expressando um modelo pretensamente nacional, sem diferenciação.
Contemplação
"O currículo regular atual não contempla a contento a cultura indígena. A organização do calendário, o sentido dos feriados, os conhecimentos transmitidos incorporam os saberes da sociedade convencional, mas o contrário não acontece", comentou o coordenador.
Nesse sentido, conforme ele, "a escola indígena é muito mais intercultural. No dia em que a escola regular conseguir dar conta da diversidade cultural desses povos, aí sim poderíamos pensar em acabar com o ensino diferenciado".
BOA ACEITAÇÃO
Comunidades aprovam curso
Fortaleza
Expectativa e satisfação. De acordo com o outro coordenador indígena do curso Misi-Pitakajá de Magistério Indígena Superior Intercultural dos Povos Pitaguary, Tapeba, Kanindé, Jenipapo-Kanindé e Anacé (Misi-Pitakajá), Jeová Pitaguary, este é o sentimento das comunidades diante da aprovação do novo curso pela Universidade Federal do Ceará (UFC).
"As lideranças das cinco etnias estão muito felizes, principalmente pela formação ser nas próprias aldeias e, também, pelo fato do currículo ser feito de forma conjunta", disse o coordenador. Ainda de acordo com ele, "a aprovação do curso é uma grande conquista que tivemos e todos estão ansiosos para o início das aulas".
Composição
A etnia indígena Pitaguary, da qual o coordenador faz parte, é composta por seis aldeias e está localizada nos municípios de Maracanaú e Pacatuba (situados na Região Metropolitana de Fortaleza). A etnia conta com três escolas: a Escola Chuí, localizada na Aldeia Olho D´Água, a Escola do Povo Pitaguary, na aldeia de Santo Antônio, e a Escola Ita-Ara, que fica na aldeia Monguba.
Atualmente, o ensino indígena diferenciado acontece, nas próprias aldeias, para os estudantes do Ensino Fundamental e da Educação de Jovens e Adultos (EJA). No entanto, os jovens que ingressam no Ensino Médio precisam frequentar a escola regular na cidade de Maracanaú, que fica cerca de seis quilômetros distante do lugar onde eles vivem com suas famílias.
"Já temos o espaço físico e professores capacitados para ministrar as aulas. Falta apenas o credenciamento pelo Conselho de Educação do Ceará para que possamos incluir o Ensino Médio específico para nossa etnia", coloca ele.
Jeová Pitaguary reforça a argumentação de que o ensino regular não é a melhor opção para as comunidades indígenas, por ter um caráter uniforme. "O ensino das escolas fora das aldeias é voltado para qualquer sociedade. A diferença do Magistério Indígena Intercultural é que nossos saberes tradicionais farão parte do currículo dos professores que, no entanto, não deixarão de ver as demais disciplinas requisitadas num curso superior", argumenta.
Base cultural
De acordo com ele, os povos que passaram, ao longo dos séculos, por tentativas de descaracterização precisam, por meio da educação, formar uma base para que a cultura e a tradição indígenas possam ter continuidade. "Acho que essa iniciativa vem revolucionar a educação, na medida em que podemos projetar a nossa própria formação", finaliza o coordenador do curso.

MAIS INFORMAÇÕES


Curso de Magistério Indígena Superior Intercultural
Babi Fonteles, coordenador UFC
(85) 9124.7817/ (88) 9986.4499
FUNAI-FORTALEZA-CE-85-3223-3788

Evanir Jonson Rolon, Técnica da Educação Escolar Indígena da FUNAI


sábado, 24 de abril de 2010

SOBRE O MOVIMENTO INDÍGENA

Movimento indígena, É PERCEBI QUE HÁ MUITAS EXCLAMAÇÕES SOBRE ESSE ASSUNTO: BEM AMEI O ASSUNTO,POIS HOJE É UMA ASCENÇÃO, ESPERADA E SAUDAVEL.
LIDERANÇAS TRADICIONAIS E POLÍTICA: É muito complicado, pois hoje a história do poder têm chegado as aldeias, aqui hoje uma passagem de cacique(Cacique Pequena Jenipapo -Kanindé)passou o cacicado para duas filhas uma de 45 anos e outra de 24 anos, pense no reboliços dinternos e vários questionamentos.
Bem liderança e Cacique é muito esperado por todos um dia, e há muito lideres compromissado com a causa de seu povo e outros qe ainda estão aprendendo o que realmente segnifica.
Nova Liderança aqui são muitos e vejo muita responsabilidades e muito compromisso, Liderança política essa têm muita influência e realmenteperceboque tem os pés no chão e fazem muitas coisas boas emprol deseu POVO, nem sempre eles são graduados, porém vejo muitos qje são auto didatas ebem empenhados na causa e conhecem as leis na ponta da língua.
Percebo que, eles dividem sim as tarefas com outros não centralizam e ninguém tasca.
Percebo tbem qe lideranças Políticas ou tradicional que assistem seu povo e Âmbitos gerais e não pega somente para si e não deixa o poder subir-lhe a cabeça.
Funções e tarefas atuais, são sim bem dividida. Em muitas reunião há muito casos dificeis, mais há compromisso e percebo que a sinergia existe em todas as organizações e são bem estruturadas.
Fiz uma pesquisa com várias Lideranças, Caciques e dizem:
Sobre:
Movimento indígena,
*LIDERANÇATRADICIONAL
*LIDERANÇA PPOLITICA É AQUELA ESCOLHIDA PELA COMUNIDADE PARA OCUPAR O CARGO DE REPRESENTANTE JURIDICA DO POVO OU COMUNIDADE
*É A ENCARREGADA DE ELABORAR PROJETOS, CELEBRAR CONVENIOS E ETC
*RESPONDE PELO POVO JURIDICAMENTE
*REPRESENTANDO UM CONSELHO OU ASSOCIAÇÃO
*LIDERANÇA TRADICIONAL É AQUELA QUE INDEPENDENTE DE ESCOLHA OU ELEIÇÕES É RECONHECIDA PELA COMUNIDADE OU POVO.
*POSSUI ALTO SABER SOBRE POVO, HISTÓRIAS E LENDAS
*DOMINA O RITUAL
*CADA CONSELHO OU ASSOCIAÇÃO TEM A FUNÇÃO DE ELABORAR PROJETOS, FAZER REUNIÕES SISTEMATICAMENTE, RESOLVE PROBLEMAS INTERNOS DAS COMUNIDADESINDÍGENAS;
*A NIVEL DE ESTADO EXISTE, A COPICE(CASA DO INDÍO E SAUDE INDÍGENA), AMICE(ARTICULAÇÕES DE MULHERES INDÍGENAS) E OPRINCE (ORGANIZAÇÕES DOSPROF. INDÍGENAS DO CEARÁ). E REGIONALMENTE A APOINME
*A COPICE RESPONDE PELO ESTADO, SUAS ORGANIZAÇÕES DE CADA POVO E POVOS.
*OLHA A ASSOCIAÇÃO TEM QUE SERVIR AOS INTERESSES DA COMUNIDADE, REPRESENTE O INTERESSE DO POVO. É A INTANCIA QUE TODOS RECORREM QD ACONTECE ALGUM PROBLEMA.
MAS DE CERTA MANEIRA AINDA HÁ UMA DESCONFIANÇA MUITO GRNADE COM NOSSAS LIDERANÇAS POR ELAS ESTAREM DESVINCULADAS DAS TRADIÇOES COMO O TORÉ(RITAL INDÍGENA).
*DE UMA CERTA MANEIRA, TODOS TEM UM CERTO RESPEITO PELAS ORGANIZAÇÕES EXISTENTES DENTRO DAS COMUNIDADES, Bem ai esta minha contribuição sobre Modelo de Organização, Tipo de organização,Historico do movimento Indigena, que aqui é bem forte e bem praticado.Movimento Indígena.

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Evanir Jonson Rolon

sexta-feira, 23 de abril de 2010

É MUITO INTERESSANTE LER: HEMOCENTRICO

SORRIA, SEI FILHO ESTÁ PRESENCIANDO O CORPO NU HUMANO EXEPOSTO NA TV!
Ele

LEI MARIA DA PENHA NAS ALDEIAS INDÍGENAS NO CEARÁ

v Nos referidos Seminários serão discutidos a Leia Maria da Penha e outros Costumes e Tradições de cada Povo Indígena criando meio para subsistência da Mulheres e Jovens que estarão presente em cada evento.

v Metas de cada Seminários:

* Maior conscientização sobre direitos e deveres em relação a Mulheres e da violência contra ela;

* orientação mediante problemas enfrentado por elas em casa, no trabalho ou com seu cônjuge e sobre saúde, bebida alcoólica, gravidez, doenças sexuais e fatores em geral;

* Fortalecimento das mulheres indígenas nas políticas públicas de acesso ao mercado de trabalho, escolas e universidades;

* Organização indígena fortalecida e conscientizada para o desenvolvimento de projetos econômicos e culturais da comunidade;

* Maior visibilidade dos Povos Indígenas do Ceará e maior conhecimento da sociedade civil sobre a existência, lutas do movimento indígena e violação dos seus direitos .

quarta-feira, 21 de abril de 2010

FÁTIMA ARAGÃO

SEgue em anexo os principais marcos legais que asseguram as comunidades indígenas o direito a uma educação escolar indígena específica e diferenciada. Atendendo aos princípios de uma escola comunitária e intercultural.

Vale ressaltar, que a contratação dos professores indígenas no Ceará, já ocorre desde o ano de 2000. O contrato é por tempo determinado (temporário), sendo garantido aos professores indígenas o direito a firmação de contrato por 12 meses (janeiro a dezembro), garantindo a esses professores indígenas o direito de recebimento do 13º salário e férias.

Para as escolas indígenas é garantida a contratação de professores preferenciamente indígenas. Não se aplica a esses professores exisgência de formação superior, já que é o Estado, também responsável pela formação desses professores.

Nesse ano, foi garantida as escolas indígenas com matrícula inferior a 100 alunos, a contratação de uma cooordenadora indígena, indicada pela comunidade. Tal avanço está contemplado em portaria própria da SEDUC com relação a nova estrutura dos cargos da instituição.

O movimento de educação escolar indígena do Ceará, coordenado pela Organização dos Professores Indígenas do Ceará - OPRINCE, agurda com muita expectativa a contratação das professoras e coordenadora da Escola Tapuia-Kariri situada no município de São Benedito.

Segundo informações da Coordenadora da Célula de Diversidade da SEDUC, Profª Maria Hosana e da Coordenadora da Equipe de Educação Escolar Indígena Maria Adelaide, o parecer técnico da SEDUC, enviado a essa CREDE foi favorável a estadualização da referida escola. Por tanto, faz-se necessário a contratação imediata dessas profissionais que já estão em atividade desde o início do ano


Saudações Indígenas,

Weibe Tapeba

Coordenador Geral da OPRINCE

Repassado por Evanir-FUNAI


Índios são imunizados

VACINA SÓ BENÇÃO,


NO ESTADO DO CEARÁ.

A Funasa está fazendo a  vacinação dos índios até o dia 19(Foto: MAURI MELO)


A pequena Vitória Correia de Alencar, 8, foi a primeira indígena a ser imunizada, no Ceará, contra a Influenza A. A campanha de vacinação foi aberta, na manhã de ontem, no polo-base de saúde da etnia Tapeba, em Caucaia. O trabalho está sendo feito pela Fundação Nacional de Saúde (Funasa) e prossegue até o próximo dia 19.

O Ministério da Saúde aponta que a meta é vacinar, pelo menos, 80% dos 566 mil indígenas brasileiros. Já o coordenador estadual da Funasa, Germano Fonteles, é mais otimista. ``A gente quer vacinar todos. E estamos trabalhando para isso, inclusive nas comunidades mais distantes ou menores``, explica. Dados da Funasa detalham que o Estado tem cerca de 22,5 mil indígenas, de 13 etnias, em 17 municípios.

A abertura da campanha de imunização segue parâmetros da Organização Mundial da Saúde (OMS). Há a recomendação de imunizar trabalhadores de serviços de saúde, indígenas, gestantes e pessoas com doenças crônicas, conforme o Ministério da Saúde. Todos os profissionais do polo-base do povo Tapeba foram vacinados ainda ontem.

A prioridade dos indígenas, conforme Germano Foneles, é por conta dos riscos e vulnerabilidades. A maioria dos povos habita comunidades carentes e nem sempre há um serviço de Saúde próprio. A etnia Anacé, de Caucaia e São Gonçalo do Amarante, tem cerca de 1,3 mil pessoas e não conta com um posto de saúde, por exemplo.
O titular da Coordenadoria Indígena da Prefeitura de Caucaia, Dourado Tapeba, afirma que os indígenas podem se vacinar em qualquer uma das unidades de saúde envolvidas na campanha. Os tapebas formam a maior etnia do Ceará, com 6.906 pessoas em 17 aldeias, todas em Caucaia, e possuem quatro unidades de saúde.
A vacinação começou, simbolicamente, no polo-base da aldeia Lagoa Dois, na localidade de Capuan. É o maior aldeamento dos tapebas, com 346 famílias. O trabalho deveria ter sido aberto por volta de 10 horas, com a presença do prefeito Washington Gois (PRB), mas até o meio-dia ele não havia chegado e houve atraso.
Todos os indígenas são cadastrados na Funasa e, antes de receberem a vacina, atualizam seus dados. (Diego Lage)