terça-feira, 20 de abril de 2010

Indios do Ceará


CENTRO CULTURAL TAPEBA

Informações de Evanir Jonson Rolon

Os índios, Tapebas, Jenipapo-Kanindé, Pitaguary, Tremembé estarão logo mais no Índios cearenses apontam a questão da demarcação das terras como principal problema enfrentado pelas etnias
As etnias indígenas do Ceará se reúnem, às 18h, na praça verde do Centro Dragão do Mar de Arte e Cultura, para comemorar o Dia do Índio, comemorado hoje. O evento é organizado pelo Centro de Defesa e Promoção dos Direitos Humanos (CDPDH) da Arquidiocese de Fortaleza.
De acordo com a coordenadora do Projeto Protagonismo Indígena do CDPDH, Kelanny Oliveira, o objetivo do encontro e dar maior visibilidade à luta dos povos indígenas no Ceará. “O que queremos é provar a existência das etnias e de suas manifestações culturais”, explicou a coordenadora.
No evento se apresentarão as etnias Tapeba (do município de Caucaia), Jenipapo-Kanindé (Aquiraz), Pitaguary (Maracanaú), Tremembé (Almofala),
Potiguara, Tabajara, Gavião e Tubiba (de Monsenhor Tabosa), Potiguara, Tabajara, Calabaça, Cariri e Tupinambá (Crateús) e Tabajara e Calabaça (do município de Poranga).
“As apresentações serão compostas por exposições de artesanato, pinturas, ritual do Toré, culinária e rituais sagrados. As etnias enviarão seus caciques e pajés. É um momento especial”,
Demarcação de terras
A maior dificuldade enfrentada pelos índios cearenses ainda é a questão da demarcação das terras. Segundo Nailto Ferreira, coordenador do Centro Cultural Tapeba, a tribo, hoje, é composta por cerca de 6 mil índios, divididos em quatro localidades, e o território da etnia ainda não está definido. “O processo da demarcação é lento. Têm várias etapas e depois que a demarcação é publicada no Diário Oficial, as pessoas que se apossaram delas não querem sair. Isso gera conflitos. Outra luta nossa é a manutenção da nossa cultura. Todo o nosso esforço é para manter nossas tradições, festas e rituais, o nosso orgulho”, disse.
Para o cacique da tribo Pitaguary, Daniel Araújo, 2 mil índios da etnia vivem temendo invasões nas suas terras. “Já expulsamos alguns fazendeiros daqui lutando, mas sempre esperamos que a FUNAI (Fundação Nacional do Índio) consiga um acordo de indenização para eles, para não haver conflitos”, afirma. O cacique também reclama a falta de espaço para os índios venderem seu artesanato. “Somos todos agricultores e artesãos e falta um espaço para vender nosso trabalho”.

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